Uma visão abrangente sobre a continuidade do negócio
Texto produzido por Eber Souza
Com a proliferação da internet e de outros serviços digitais, as empresas, sejam elas públicas ou privadas, têm se tornado cada vez mais dependentes de uma infraestrutura de TIC- Tecnologia da Informação e Comunicação segura e confiável, que abrange desde a comunicação e armazenamento de dados até o processamento de transações e análise de informações.
No cenário atual, existem desafios consideráveis e riscos significativos que podem interromper as operações comerciais. É nesse ponto que as TICs desempenham um papel crucial na continuidade de negócios.
Este artigo explora a importância das TICs para a continuidade dos negócios com o objetivo de garantir a resiliência empresarial, destacando seus principais benefícios e objetivos.
Gestão da Continuidade do Negócio
De acordo com a ISO/IEC 27031:2023, norma internacional que trata da Preparação de TIC para a continuidade de negócios, a gestão da continuidade de negócios é definida como um processo de gestão holístico que visa identificar as possíveis ameaças que uma organização pode enfrentar e os impactos que essas ameaças podem ter nas operações de negócios.
Esse processo fornece uma estrutura para desenvolver a resiliência organizacional, garantindo a capacidade de resposta efetiva que protege os interesses das partes interessadas, a reputação da marca e as atividades de valor agregado.
Desta forma, a preparação da TIC para a continuidade de negócios refere-se à gestão de um sistema que complementa e suporta a Gestão da Continuidade de Negócios (GCN) e/ou um Sistema de Gestão de Segurança da Informação (SGSI), a fim de garantir a preparação de uma organização para:
- Responder a mudanças dos riscos do ambiente de forma efetiva;
- Garantir a continuidade das operações críticas de negócio com suporte dos serviços de TIC;
- Estar pronta para agir preventivamente, detectando um ou mais eventos que possam se transformar em incidentes;
- Responder e recuperar-se rapidamente diante de incidentes, desastres e falhas.
E como o Plano de Continuidade de Negócios (PCN) se encaixa nessa história?
Embora relacionados, o PCN e a GCN apresentam abrangências e focos distintos. A seguir, veremos algumas diferenças essenciais:
Plano de continuidade do negócio (PCN)
Gestão da Continuidade do negócio (GCN)
Definição
É um documento que estabelece procedimentos e estratégias para garantir a continuidade dos negócios durante situações de crise ou interrupções.
É uma abordagem estratégica que envolve a identificação, análise e gestão de riscos que podem afetar a continuidade dos negócios. Essa abordagem inclui a implementação de processos, políticas e estruturas organizacionais que garantem a preparação e recuperação da organização em situações disruptivas.
Escopo
Tem um escopo mais limitado, concentrando-se em medidas de resposta a incidentes e recuperação de atividades específicas. Ele detalha as ações para minimizar o impacto de interrupções e garantir a continuidade das operações em áreas críticas.
Abrange uma perspectiva holística que garante a continuidade de todas as atividades de negócio, incluindo a identificação e análise de riscos, a implementação de planos de resposta a incidentes e a recuperação pós-incidente.
Enfoque
É um documento orientado para a implementação prática e operacional das medidas de continuidade, com instruções claras e acionáveis para lidar com situações de crise, priorizando a recuperação rápida e eficiente das operações críticas.
Enfatiza a conscientização e cultura de continuidade dentro da organização, bem como a análise proativa de riscos e a adoção de abordagens estratégicas para garantir a resiliência empresarial. É um processo contínuo de planejamento, implementação, monitoramento e melhoria das medidas de continuidade.
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Em resumo, o PCN é um documento específico que faz parte da GCN.
Enquanto o PCN se concentra nas medidas práticas para garantir a continuidade das operações em áreas críticas, a GCN é uma abordagem mais ampla que envolve a gestão estratégica e organizacional para garantir a resiliência empresarial como um todo.
O papel da TIC na Gestão de Continuidade dos Negócios
As TICs são elementos essencias da Gestão da Continuidade de Negócios (GCN), com foco em medidas e práticas para preparação e resposta a incidentes de TI.
O objetivo é minimizar os impactos negativos das interrupções de TI, garantindo a disponibilidade contínua dos sistemas e serviços críticos, e promovendo a rápida recuperação das operações do negócio.
Por onde começar?
- Identificar e avaliar os riscos relacionados à TIC
Um dos primeiros passos é a identificação e avaliação de todos os riscos relacionados à Tecnologia da Informação e Comunicação. Isso envolve a análise de possíveis ameaças, como falhas de hardware, ataques cibernéticos, desastres naturais e interrupções de fornecedores, e a avaliação do impacto desses incidentes nas operações de negócios. Ao entender os riscos específicos que a organização enfrenta, medidas adequadas podem ser implementadas para mitigar esses riscos e melhorar a resiliência da empresa. - Desenvolver um plano de resposta à incidentes de TIC
Um plano de resposta a incidentes descreve os procedimentos que devem ser adotados em caso de interrupções de TIC, incluindo medidas imediatas para minimizar os impactos, processos de recuperação, comunicação eficiente com as partes interessadas e ações para restaurar a normalidade das operações. Para garantir que o plano seja eficaz, é importante que seja descrito de forma clara, atualizado regularmente e testado por meio de exercícios e simulações. - Implementar controles de segurança de TIC
Para aumentar a eficácia da TIC, é crucial adotar controles de segurança adequados. Isso envolve diversas medidas, como a proteção contra ameaças cibernéticas, a segurança de redes e sistemas, a implementação de políticas de segurança da informação, o treinamento em conscientização de segurança, bem como a adoção de práticas de backup e recuperação de dados. Os controles de segurança de TIC são altamente efetivos na prevenção de incidentes e na minimização do impacto em caso de interrupções. - Realizar testes e simulações regulares
Para avaliar a eficácia da TIC, é necessário realizar testes e exercícios regulares. Esses testes incluem simulações de incidentes de TIC e a avaliação da resposta da organização. É importante realizar testes tanto para avaliar eficácia dos controles quanto para identificar áreas de melhoria, fazer ajustes nos planos e procedimentos, e capacitar os funcionários para uma resposta efetiva em casos reais. Além disso, esses testes ajudam a manter a conscientização sobre a importância da prontidão da TIC e a promover uma cultura de segurança na organização. - Manutenção e melhoria contínua:
A abordagem de preparação da TIC na continuidade dos negócios é contínua e não se limita a um único processo. Para garantir que as organizações estejam atualizadas e alinhadas com as mudanças tecnológicas e riscos emergentes, é essencial que sejam feitas revisões regulares dos controles e procedimentos de resposta a incidentes de TIC. Além disso, analisar as lições aprendidas com incidentes anteriores é crucial para a melhoria contínua da GCN.
Como podemos observar, a Gestão de continuidade de negócios, a Tecnologia da Informação e Comunicação e a resiliência empresarial estão intrinsecamente ligadas e interdependentes.
A TIC desempenhando um papel fundamental na garantia da continuidade das operações e na capacidade de recuperação após incidentes.
Neste ponto, é essencial destacar que é importante que disciplinas de segurança da informação trabalhem juntas, compartilhando informações, recursos e melhores práticas para garantir a continuidade dos negócios em um ambiente cibernético complexo e hostil.
A integração dessas abordagens fortalece a postura de segurança de uma organização, reduzindo riscos e aumentando a resiliência frente a ameaças em constante evolução.
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