Microssegmentação e Ofuscação: Estratégias de Privilégio Mínimo para Proteger Redes e usuários.

A segurança de redes é um componente crítico para as empresas na era digital, principalmente devido à crescente dependência de sistemas digitais para operações diárias. Com o aumento do volume de dados sensíveis sendo transmitidos e armazenados online, a proteção contra acessos não autorizados e ataques cibernéticos tornou-se essencial. Diante do grande fluxo de dados pessoais e sensíveis, das crescentes regulamentações e da frequência com que as empresas têm sido alvo de cibercriminosos, é fundamental para qualquer negócio moderno estabelecer uma política de segurança de redes coerente e robusta.

Atualmente, duas abordagens de segurança de rede têm trazido excelentes resultados na proteção de dados: a Microssegmentação e a Ofuscação.

O que é microsegmentação e ofuscação?

Microssegmentação é uma abordagem emergente de segurança que visa dividir uma rede em segmentos menores e distintos. Cada segmento possui suas próprias políticas de segurança e é acessado separadamente. O objetivo principal da microssegmentação é aumentar a segurança, confinando ameaças e violações a segmentos específicos, sem afetar o restante da rede.

Por outro lado, a Ofuscação é uma técnica para tornar o código-fonte ou dados ilegíveis ou mais difíceis de entender. A forma mais comum utilizada na segurança de redes é a criptografia. Para dificultar a leitura e análise reversa caso os dados sejam interceptados total ou parcialmente, por exemplo, senhas, chaves de API e outras informações confidenciais podem ser criptografadas para evitar que sejam facilmente compreendidas por terceiros.

Privilégio Mínimo: Uma Estratégia Essencial

O próximo conceito a ser apresentado é o de Privilégio Mínimo, fundamental na segurança de redes e sistemas. Ele se baseia na ideia de que os usuários devem ter acesso apenas ao mínimo necessário para desempenhar suas funções, reduzindo assim o impacto negativo caso suas contas sejam comprometidas ou se tornem uma ameaça interna.

Alguns pontos-chave sobre esse conceito são:

  • Os usuários recebem o mínimo necessário de acesso, apenas o indispensável para o trabalho.
  • Quanto mais acesso um usuário tiver, maior o risco que ele representa. Seja um estagiário ou presidente da empresa, o acesso deve ser restrito.
  • O princípio do privilégio mínimo está alinhado com a filosofia de segurança Zero Trust. Nesse modelo, todas as conexões são tratadas como potencialmente não confiáveis, e os usuários e dispositivos recebem apenas o acesso necessário. Isso ajuda a controlar melhor as ameaças dentro da rede, entendendo que caso alguma falha ocorra através de um usuário, será comprometido a menor parte possível da rede, que é o que o usuário em questão tem acesso.

Por exemplo, um funcionário do Departamento Pessoal deve ter acesso a sistemas e dados pertinentes apenas ao departamento pessoal. Não faz sentido dar a esse funcionário acesso a informações de logística ou de outros departamentos.

Em um sistema, um administrador deve ter acesso a privilégios elevados, como criar ou deletar usuários, apenas quando for necessário executar essas tarefas. Esse privilégio deve ser imediatamente rebaixado quando não for utilizado. Isso mantém o acesso mínimo.

Os Benefícios da Microsegmentação e da Ofuscação para a Segurança de Redes

Compreendendo as diversas e relevantes aplicações da microssegmentação e da ofuscação, percebemos que há diversos benefícios em adotar essas estratégias em uma organização. Alguns desses benefícios incluem:

  • Minimização de riscos: Aplicar políticas de segurança granulares reduz a superfície de ataque, limitando o acesso a recursos críticos apenas para usuários autorizados. Um possível invasor não consegue se mover lateralmente pela rede da organização, evitando comprometimento de informações em outras “segmentações” da rede.
  • Maior controle: Ao criar divisões com base na proteção necessária para cada tipo de dado, é possível configurar protocolos de segurança separadamente para cada usuário ou grupo. Isso permite maior flexibilidade e agilidade na criação e aplicação de políticas de segurança. Também é possível ter uma visibilidade mais ampla do tráfego de rede e permite o controle preciso sobre quem pode acessar cada recurso.
  • Conformidade: Ao controlar estritamente o acesso à rede e isolar cargas de trabalho individuais com políticas de segurança personalizadas, protege-se dados confidenciais. Isso ajuda as empresas a cumprir regulamentações de segurança e privacidade.

A Importância da Segurança de Redes

Com a adoção cada vez mais frequente de trabalho remoto e o enorme fluxo de dados sensíveis passando por redes corporativas, a segurança dessas redes se tornou algo vital e indispensável. Cuidar da segurança de rede é essencial para garantir que a infraestrutura tecnológica seja acessada pelas equipes e departamentos sem que dados sensíveis sejam violados. Além disso, a transformação digital exige uma abordagem proativa para identificar pontos fracos e proteger os dados da organização. Portanto, investir em segurança de rede é uma prioridade para qualquer empresa que deseje operar de forma segura e eficiente.

Como a Microsegmentação e a Ofuscação se Encaixam na Arquitetura Zero Trust

Adotar as estratégias tratadas aqui é uma combinação poderosa contra falhas de segurança. A microssegmentação é uma técnica fundamental na arquitetura Zero Trust e desempenha um papel crucial no fortalecimento da segurança da rede.

Redes com acesso específico, segmentado e extremamente limitado ao essencial para cada perfil, e com a adoção de criptografias poderosas em dados, senhas e acessos, a microssegmentação e a ofuscação tornam a abordagem Zero Trust poderosa para proteger ambientes computacionais, contribuindo para uma arquitetura de segurança complementar.

Conclusão

Investir em segurança de rede é fundamental para proteger dados sensíveis, manter a reputação da empresa e garantir a continuidade das operações. A adoção da microssegmentação, ofuscação e privilégio mínimo, em conjunto com um plano de segurança bem estruturado, contribui para a construção de uma arquitetura de rede robusta, resiliente e confiável na era Zero Trust.

Lembre-se: A segurança de rede é um processo contínuo que exige monitoramento constante, atualização de políticas e conscientização dos usuários.