Com o avanço da digitalização, os vazamentos de dados se tornaram uma preocupação crítica para empresas, órgãos públicos e cidadãos. Um vazamento ocorre quando informações confidenciais são acessadas, divulgadas ou roubadas sem autorização. Isso inclui desde dados pessoais (como CPF e informações bancárias) até estratégias corporativas e segredos industriais. Embora ataques externos por hackers sejam os mais conhecidos, falhas humanas, erros de configuração, perda de dispositivos e ações internas maliciosas também podem provocar vazamentos.
Tipos de vazamento:
- Internos: Resultam de erros ou má conduta de um colaborador dentro da organização. Ex: envio de e-mail incorreto, descarte inadequado, falhas de configuração ou abuso de privilégios.
- Externos: Causados por agentes externos que exploram vulnerabilidades. Ex: ciberataques: phishing, malware, ransomware e outros, ou, ataques à cadeia de suprimentos.
Vetores de ataque mais comuns:
- Phishing e spear phishing (fraudes personalizadas);
- Malware e ransomware (sequestro de dados);
- Exploração de falhas de software;
- Uso de senhas fracas ou vazadas;
- Engenharia social;
- Dispositivos móveis sem controle;
- Má configuração na nuvem;
- Ameaças internas (colaboradores);
- Terceiros vulneráveis (fornecedores e parceiros).
Compreender esses vetores é o primeiro passo para uma defesa eficaz.
A importância do Plano de Resposta a Incidentes (PRI) e do Plano de Continuidade de Negócios (PCN)
A ocorrência de um vazamento de dados exige uma atuação rápida, coordenada e estruturada. Ter um Plano de Resposta a Incidentes (PRI) e um Plano de Continuidade de Negócios (PCN) bem definidos e testados é essencial para mitigar danos, garantir a continuidade das operações e preservar a confiança de clientes e stakeholders. Essas estruturas operacionais proporcionam diretrizes claras sobre como agir, quem deve ser envolvido, quais comunicações devem ser feitas e como retomar os serviços com segurança.
Impactos de um vazamento de dados:
Os efeitos de um incidente de segurança podem ser graves e multifacetados
- Financeiros: custos com investigação, recuperação de dados, contratação de especialistas, pagamento de multas regulatórias (como as da LGPD), ações judiciais, perda de receita e desvalorização da marca.
- Jurídicos: envolvem investigações por órgãos reguladores, ações civis e criminais, além das obrigações legais de notificação à ANPD e aos titulares dos dados.
- Reputacionais: perda de confiança por parte de clientes, parceiros e investidores, resultando em danos à imagem institucional.
- Pessoais (para os titulares dos dados): podem sofrer com roubo de identidade, fraudes financeiras, danos emocionais e perda da privacidade.
Passo a passo imediato em caso de vazamento, conforme desenho no PRI da Organização:
- Confirmar e avaliar o incidente: verificar a veracidade do ocorrido, identificar os dados comprometidos, a origem do incidente e seu alcance.
- Conter a ameaça: isolar os sistemas afetados, revogar acessos comprometidos e interromper a propagação do ataque.
- Notificar equipes-chave: acionar TI, Segurança da Informação, jurídico, compliance, DPO (em casos envolvendo dados pessoais), comunicação e gestão executiva.
- Preservar evidências: manter logs, registros e arquivos que servirão para investigação forense e comprovação de ações realizadas.
- Eliminar a ameaça e recuperar sistemas: corrigir vulnerabilidades, remover agentes maliciosos e restaurar sistemas a partir de backups íntegros e verificados.
- Comunicar conforme exigido: notificar os titulares dos dados afetados, a ANPD e demais autoridades, conforme as exigências legais e regulatórias.
O que NÃO fazer em caso de vazamento
- Não agir preventivamente: ausência de um PRI e PCN pode agravar os impactos do incidente.
- Entrar em pânico ou desorganização: seguir os planos previamente definidos reduz riscos e evita decisões impulsivas.
- Apagar evidências: pode comprometer investigações e gerar implicações legais.
- Negligenciar a comunicação: a falta de transparência pode minar a reputação institucional.
- Assumir que o problema foi resolvido antes da análise completa: certifique-se de que todos os riscos foram neutralizados antes de retomar as atividades.
A resiliência cibernética é construída com planejamento, cultura de segurança da informação e treinamentos constantes. Se sua organização estiver preparada, com um ambiente estruturado em conformidade com boas práticas de segurança, mantenha a calma, siga os protocolos e ative o PRI e o PCN conforme desenhado. Uma resposta bem conduzida é essencial para superar o incidente com responsabilidade, minimizando danos e preservando a confiança do mercado.
Notificações legais e prevenção:
No Brasil, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) estabelece que o controlador deve comunicar à Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) e ao titular dos dados a ocorrência de incidente de segurança que possa acarretar risco ou dano relevante aos titulares. A comunicação deve ser feita em prazo razoável, conforme definido pela ANPD, e deve incluir, no mínimo:
- A descrição da natureza dos dados pessoais afetados;
- As informações sobre os titulares envolvidos;
- A indicação das medidas técnicas e de segurança utilizadas para a proteção dos dados, observados os segredos comercial e industrial;
- Os riscos relacionados ao incidente;
- Os motivos da demora, no caso de a comunicação não ter sido imediata; e
- As medidas que foram ou que serão adotadas para reverter ou mitigar os efeitos do prejuízo.
Além de notificar as autoridades, muitas leis exigem que as organizações informem diretamente os indivíduos cujos dados foram comprometidos, especialmente se houver um risco significativo de dano (como roubo de identidade ou fraude financeira). Essas notificações devem ser claras e concisas
O não cumprimento dessas obrigações de notificação pode resultar em multas significativas, ações judiciais e danos reputacionais ainda maiores. Portanto, é essencial que as organizações tenham um plano claro para identificar quando e como fazer essas notificações, em conformidade com as leis aplicáveis.
Medidas preventivas:
- Políticas claras de segurança da informação;
- Treinamento contínuo de colaboradores;
- Acesso baseado no princípio do menor privilégio e aplicação da autenticação multifator;
- Criptografia de dados;
- Monitoramento e auditorias;
- Segurança na nuvem e nos dispositivos móveis;
- Plano de resposta a incidentes testado;
- Due Diligencie de terceiros.
Como a HSBS pode apoiar sua empresa
A HSBS atua como parceira estratégica na proteção dos ativos das organizações, oferecendo uma gama completa de serviços em segurança da informação. Nossas soluções incluem:
- Consultoria especializada, com análise de riscos e definição de estratégias de proteção sob medida;
- Implementação de tecnologias de segurança alinhadas às melhores práticas do mercado;
- Programas de treinamento e conscientização, voltados para o fortalecimento da cultura interna de segurança;
- Adequação à LGPD e suporte contínuo à conformidade legal e regulatória;
- Elaboração de políticas e procedimentos essenciais, como a Política de Segurança da Informação, o Plano de Resposta a Incidentes (PRI) e o Plano de Continuidade de Negócios (PCN).
Além disso, a HSBS apoia diretamente na formação de uma cultura organizacional voltada à segurança, engajando colaboradores, líderes e parceiros em uma abordagem preventiva e resiliente frente às ameaças cibernéticas.
Conclusão
Mais que uma exigência legal, proteger dados é um imperativo estratégico. A resposta eficaz a incidentes, combinada com políticas preventivas, reduz riscos, protege a reputação e assegura a continuidade do negócio. A cultura de segurança da informação deve ser parte essencial da estratégia organizacional, envolvendo todas as áreas e colaboradores. Investir hoje em prevenção é proteger o futuro da empresa.