No cenário atual, onde as empresas são altamente dependentes da tecnologia, a cultura de compliance de TI emerge como um fator essencial para a segurança, conformidade legal e eficiência dos processos internos. Compliance, em sua essência, refere-se à aderência às leis, regulamentos e políticas internas. No contexto de TI, trata-se de alinhar práticas tecnológicas com essas normas, a fim de mitigar riscos e assegurar que a infraestrutura digital esteja preparada para responder a desafios como vazamentos de dados, ataques cibernéticos e auditorias regulatórias. A implementação da cultura segurança da informação é essencial para garantir a continuidade dos negócios de maneira segura e legalmente correta.
Escrito por Júlia Medeiros
A cultura de compliance de TI não se trata apenas de estabelecer normas, mas de garantir que os padrões sejam compreendidos e seguidos por todos os níveis da organização, promovendo uma mentalidade de conformidade entre os colaboradores e a alta gestão. Essa cultura deve ser continuamente reforçada, pois sua eficácia depende de uma adesão ampla e consistente por parte de toda a empresa.
Por que a cultura de compliance de TI é importante para as empresas?
A ausência de compliance em TI pode expor as empresas a riscos consideráveis, como vulnerabilidades de segurança, ataques cibernéticos, perda de dados, sanções legais e danos à reputação. Uma cultura sólida de compliance de TI ajuda a prevenir esses problemas, reforçando a governança corporativa e além de, em caso de eventos e incidentes, a capacidade da empresa de responder a incidentes de maneira eficiente. Assim, uma cultura de compliance robusta se torna um diferencial competitivo, protegendo a integridade da organização.
A adoção de uma cultura bem estruturada de compliance de TI traz diversos benefícios, como:
- Melhoria na segurança e proteção de dados: Aderência às melhores práticas de segurança e regulamentações como a LGPD e GDPR garantindo a proteção dos dados.
- Redução de riscos operacionais e financeiros: Minimizar vulnerabilidades significa menos interrupções nos processos de TI e menos gastos com remediação de falhas de conformidade.
- Garantia de conformidade com regulamentações específicas: Cumprir normas locais e internacionais evita sanções e aumenta a confiança de stakeholders.
- Melhoria na confiança dos clientes e parceiros: Clientes e parceiros tendem a confiar mais em empresas que demonstram comprometimento com a conformidade e segurança.
- Aumento da eficiência dos processos de TI: A cultura de compliance incentiva a criação de processos otimizados e bem geridos, o que aumenta a eficiência operacional.
Dados recentes apontam que a falta de compliance em TI contribui significativamente para o aumento dos ataques cibernéticos. De acordo com uma pesquisa da Cybersecurity Ventures, 60% das pequenas e médias empresas que sofrem um ataque cibernético acabam fechando suas portas em até seis meses. Além disso, o Ponemon Institute estima que o custo médio de uma violação de dados em 2023 foi de US$ 4,45 milhões, com muitas dessas violações associadas à falta de aderência às normas de segurança. Essas estatísticas demonstram a importância de uma cultura de compliance para a mitigação de riscos.
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Para implementar uma cultura de compliance de TI, é necessário adotar uma abordagem estruturada, que inclui a sensibilização dos colaboradores, a criação de políticas internas claras e a capacitação contínua. O primeiro passo envolve promover a conscientização sobre a importância da conformidade em todos os departamentos da organização, seguido pela criação de um comitê de compliance em segurança da informação que será responsável por supervisionar as práticas adotadas. O treinamento periódico de colaboradores e a implementação de ferramentas tecnológicas adequadas também são essenciais para garantir a eficácia do processo.
Um dos pilares para a construção de uma cultura de compliance de TI eficiente é a criação de políticas e procedimentos bem definidos. Esses documentos orientam as práticas que devem ser seguidas por todos os colaboradores e fornecedores. Exemplos de políticas essenciais incluem Política de Segurança da Informação, Política de uso de dispositivos móveis, Política de uso aceitável dos ativos, Política de criptografia, entre outras.
Essas políticas precisam ser constantemente revisadas e atualizadas para acompanhar a evolução das ameaças e mudanças regulatórias.
A realização de auditorias regulares é fundamental para avaliar a conformidade com as políticas de TI. Essas auditorias podem ser realizadas por consultorias externas ou por equipes internas especializadas. Além disso, é imprescindível que a empresa estabeleça um sistema de monitoramento contínuo, capaz de identificar e corrigir rapidamente falhas de conformidade, mantendo a organização sempre pronta para enfrentar inspeções externas ou exigências regulatórias. Nesse contexto, também é crucial a definição de indicadores de desempenho do SGSI, que permitam avaliar a eficácia das políticas de segurança implementadas, monitorar a evolução da conformidade ao longo do tempo e identificar áreas que necessitam de melhorias. Esses indicadores devem ser claros, mensuráveis e alinhados aos objetivos estratégicos da empresa, proporcionando uma visão objetiva da maturidade da segurança da informação.
Serviços de consultoria em compliance de TI da HSBS
A HSBS oferece serviços especializados de consultoria em compliance de TI, com uma equipe experiente em diversos setores e ampla expertise em regulamentações e frameworks como a LGPD, GDPR, ISO/IEC 27001, CIS CONTROLS, NIST, entre outras. Nossa abordagem personalizada visa ajudar as empresas a implementar práticas de conformidade robustas, oferecendo desde o desenvolvimento de políticas até a realização de auditorias e treinamentos especializados. Entre em contato conosco para descobrir como a HSBS pode auxiliar sua empresa a garantir a segurança e conformidade dos seus processos de TI.
Conclusão
O futuro da cultura de compliance de TI será marcado por tendências como a automação de processos e o uso de inteligência artificial mais ágeis e precisas. As regulamentações continuarão a evoluir, e as empresas precisarão se adaptar rapidamente para se manterem em conformidade. Investir em uma cultura de compliance sólida será cada vez mais necessário para assegurar a confiança dos clientes e a proteção dos dados, além de garantir a competitividade no mercado.\
Advogada, especialista em Direito Digital e em Proteção de Dados. LLM em Direito Empresarial. Pós-graduada em Compliance, Risco e Governança e em Direito Digital. Membro da Comissão de Direito das Startups da OAB/PE e de Proteção de Dados da OAB/PE. Membro da ANADD (Associação Nacional de Advogados do Direito Digital) – Comitê de Relações Trabalhistas no Digital. Possui Certificações de PDPE Essentials EXIN (Especialização em LGPD), DPO, ISO 27001 e ISO 27701.
Referências bibliográficas:
Relatório Ponemon-Sullivan:
- AGOSTO | 2023 | Relatório de privacidade Ponemon-Sullivan. Disponível em: https://ponemonsullivanreport.com. Acesso em: 22 set. 2024.
Cybersecurity Ventures:
- 60% das pequenas empresas fecham dentro de 6 meses após serem hackeadas. Cybersecurity Ventures, 2023. Disponível em: https://cybersecurityventures.com. Acesso em: 22 set. 2024.