Continuidade de negócios de TI

Continuidade de negócios de TI em ação: Resiliência Cibernética uma necessidade estratégica para o negócio. 

Estamos vivendo um realidade cada vez mais digital e um mundo interconectado, impulsionado por inovações como a inteligência artificial generativa e os serviços em nuvem, a resiliência cibernética passou de um mero diferencial competitivo para uma necessidade estratégica para o negócio. De acordo com estimativas do Gartner, os gastos globais em cibersegurança, este ano, devem atingir a casa dos 212 bilhões de dólares. No entanto, apesar desse investimento significativo, a quantidade de ataques cibernéticos vai continuar a aumentar, assim como o custo médio das violações de dados, que há anos ultrapassam a casa dos milhões, também. 

Escrito por Eber Souza

Esse paradoxo levanta algumas questões essenciais: 

  • O problema está realmente na falta ou investimento de recursos?  
  • A forma como os riscos cibernéticos, operacionais e regulatórios são entendidos, priorizados e gerenciados pelas organizações? 

Neste blog, iremos explorar a importância da continuidade de negócios como um pilar essencial para enfrentar um cenário de ameaças cada vez mais complexas e ao mesmo tempo desenvolver uma cultura de prevenção, adaptação e resposta eficaz, capaz de manter a operação em pé mesmo diante a incidentes de grande impacto. Vale relembrar que: um incidente de grande impacto é um evento que influencia de maneira significativa a continuidade das operações de uma organização, acarretando graves consequências como: 

  • Interrupção da operação: paralisação total ou parcial de serviços críticos por um período significativo. Por exemplo, um ataque DoS (Denial of Service). 
  • Perdas financeiras : àquelas relacionadas a perdas de receita por indisponibilidade do serviço ou custos diretos com pagamentos de resgates (ransomware). 
  • Danos à reputação: impacto negativo na imagem da organização perante clientes, parceiros e o público em geral. 
  • Implicações legais ou regulatórias: violações de normas que podem acarretar sanções, especialmente quando há comprometimento de dados sensíveis, como vazamentos, roubos ou até mesmo a destruição de informações confidenciais ou estratégicas. 

É fundamental destacar que nem todo evento se configura como um incidente, mas todos os incidentes têm início em um evento! 

Quais são os riscos mais críticos para a continuidade de TI atualmente? 

Apesar do aumento da conscientização sobre a importância da resiliência cibernética na organizações, a realidade nos mostra um cenário bastante preocupante. Com a rápida transformação digital, alimentada por tecnologias como inteligência artificial generativa, nuvem, dispositivos conectados e tecnologia operacional (TO), está ampliando consideravelmente a superfície de ataque nas organizações. E a consequência disso é um crescimento de ataques cibernéticos, cada vez mais sofisticados, como ransomware, phishing direcionados e deepfake, podendo resultar em paralisações, perdas financeiras, danos à reputação e até sanções legais, bem como riscos associados à computação em nuvem e violações envolvendo terceiros (vetores mais temidos atualmente) exigindo das organizações uma postura proativa e resiliente para garantir a continuidade de suas operações em situações adversas. 

Por que muitas empresas ainda não dão prioridade a esse tema? 

Para muitas organizações, de diversos setores e segmentos, ainda há muitos desafios estruturais e estratégicos que dificultam a integração desse tema na agenda de negócios. A falta de colaboração eficaz entre os executivos da alta administração, juntamente com a dificuldade de gestores de TI em traduzir prioridades cibernéticas em termos empresariais como custo, oportunidade e risco, contribui para esse gap. Além disso, o ritmo acelerado da inovação tecnológica, impulsionado pela inteligência artificial, computação em nuvem e conformidade regulatórias, exigindo mudanças rápidas nos processos internos, o que nem sempre é acompanhado por investimentos proporcionais em cibersegurança.  

O fato é que as tecnologias disruptivas introduzem um dinamismo ainda mais acentuado no setor de cibersegurança. Portanto, fortalecer a resiliência da sua organização deve ser, essencialmente, uma prioridade no contexto atual. 

De que maneira a tecnologia pode assegurar a resiliência operacional? 

A resposta a essa pergunta pode ser mais bem compreendida ao fazermos a seguinte indagação: Sua organização sabe quem realmente age quando um alerta de segurança dispara?  

Não há dúvida de que a inteligência de ameaças é um passo fundamental; no entanto, o tempo de resposta, a agilidade e a clara definição de responsabilidades durante a resposta são os fatores que realmente minimizam os impactos. Frequentemente, notamos um foco intenso nas ferramentas de detecção, enquanto a clareza sobre quem deve agir – e de que forma – acaba em segundo plano. Para as organizações, essa gap representa não apenas um risco técnico, mas também um risco de negócios, tornando ainda mais crucial o processo de governança na resposta a incidentes tão essencial quanto a tecnologia.  

Recomendações práticas 

  • Sem entender o impacto real de uma interrupção, é inviável priorizar recursos e esforços de maneira eficiente. Onde o dinheiro circula, é lá que o risco se intensifica! Esse é o KPI que realmente importa. Comece identificando os processos essenciais do negócio, assim como os sistemas e recursos de TI que os sustentam através da Análise de Impacto nos Negócios (BIA – Business Impact Analysis). 
  • A segurança da informação deve estar na pauta de tomadores de decisão para discutir produtos, estratégias e comunicação diante a situação adversas. Afinal, no dia em que ocorrer um problema, todos estarão nas manchetes ou se tornarão estatísticas. 
  • Com base na BIA, são estabelecidas as estratégias técnicas e operacionais para assegurar redundância e replicação de ambientes, alta disponibilidade e backup. Essas estratégias asseguram que a empresa consiga continuar suas operações ou se recuperar rapidamente, reduzindo perdas ao máximo. 
  • Um plano só se torna eficaz quando é testado com frequência e é amplamente conhecido por todos os envolvidos. Por isso, é essencial realizar testes parciais e/ou completos de maneira regular para garantir sua eficácia quando necessário. Por fim, o aspecto mais importante é que as equipes precisam ser continuamente capacitadas e treinadas. A prática constante garante agilidade e confiança nas respostas. 

Conclusão

Ser resiliente hoje, é o que mantém o negócio de pé. A resiliência cibernética não se resume apenas a tecnologia e aos recursos tecnológicos implementados. Planejamento, cultura organizacional e governança eficaz também é parte do processo. Ter um plano de continuidade de negócios bem estruturado, testado e alinhado aos objetivos da organização é o que garante que, mesmo diante a um incidentes de grande impacto, a operação vai se manter de pé, com o mínimo de danos possível, resguardando a reputação e a imagem da organização perante as partes interessadas e seus clientes internos e externos. Em tempos de incerteza, a preparação é o maior ativo — e a continuidade, o verdadeiro indicador de maturidade e postura de segurança para a continuidade do negócio.